02/05/2016

Fugindo do assunto do blog, ou não...

Depois de dois incidentes que provoquei no Facebook, resolvi desativar minha página e não mexer mais com isso.
Entretanto, além do Face, tinha o costume de ler os comentários feitos por leitores de edições virtuais dos principais jornais do país – e alguns outros de outras partes do mundo, sobretudo para procurar notícias sobre o Brasil e a visão dos extra-tupiniquins.
O que pude verificar é que escondidos por Nicks (apelidos) aleatórios e esquisitos, as pessoas não têm mais direito de expressar suas opiniões sem serem achincalhadas por aqueles que discordam delas. As ofensas são cruéis.
Não foi para isso que criaram a Internet. A grande rede de comunicação deveria estar proporcionando uma comunicação sadia e respeitosa entre as pessoas e, em caso de algum deslize, desculpas deveriam ser aceitas.
Imagine que você está em um grupo de conhecidos e fala uma besteira qualquer. Seus ouvintes podem protestar, discordar e querer saber por que você pensa daquele jeito ou porque falou aquilo. Imediatamente, você se explica e se verificar que
foi um fora, pede desculpas e fica tudo resolvido. Agora imagine se isso acontece e alguém grava o que você disse e sai mostrando para todo mundo o seu comentário infeliz. “Ouça o que o fulano falou; ele é mesmo um crápula, sempre suspeitei que ele não prestava”... e vai por aí a fora.
O Whatsapp consegue ser ainda mais “perigoso”. Qualquer comentário em discordância com a conversa pode gerar um conflito a ponto de desmanchar uma amizade que ía se consolidando.
Isso sem falar na exposição muitas vezes falsa que as pessoas fazem de si mesmas. A ostentação de uma felicidade que se resume aos segundos necessários para uma foto. Depois, volta-se à vida ordinária, comum e sem qualquer brilho que valha a pena ser exposta.
Aos amigos que me procuram no Facebook ou no whatsapp, lamento, não estou mais logado. Comecei a usar computadores na década de 70, aqueles grandes IBM; vi a microcomputação chegar ao Brasil em meados da década de 80 e, em 86 adquiri meu primeiro computador. Em 1991, na USP, presenciei um acesso à biblioteca do congresso nacional dos Estados Unidos e ao metrô de Paris. Naquela época, qualquer acesso era caríssimo e só podia ser feito, a partir do Brasil, através de grandes empresas ou universidades.
Ver hoje o que essa maravilha da tecnologia se tornou me faz perder um pouco a fé na humanidade. Estamos mais distantes do que nunca. Nos odiamos mais e não existe diálogo – apenas monólogos sem ética ou moral.

Quem sabe o sucessor do Facebook, do whatsapp e do twitter traga um nível mais consciente de uso dessa onipresença que a Internet nos oferece....