A julgar pelo corajoso trabalho
de alguns cientistas, o futuro da exploração espacial parece bastante
promissor. Enquanto o maior caçador de planetas americano sai em busca de
supercivilizações, um físico da Nasa desenvolve um meio de visitá-las.

Encorajado pelo sucesso, ele
agora decidiu investir seus talentos em trabalhos mais especulativos. E o
surpreendente é que lhe deram a verba - inicialmente modesta, é verdade - para
isso. O dinheiro, equivalente a R$ 400 mil, vem da britânica Fundação
Templeton. O plano mais chamativo que Marcy tem para o financiamento é a busca de
povos alienígenas extremamente avançados, tão tecnológicos que chegariam a
modificar estrelas.
Tais povos criariam estruturas
apelidadas de esferas de Dyson em torno de suas estrelas natais. Elas serviriam
para obter o máximo possível de recursos energéticos de determinado astro. E
esse "parasitismo" cósmico deixaria traços na luminosidade que escapa
da estrela, permitindo, em tese, que telescópios aqui na Terra detectassem tais
pistas.
Apressadinho - Enquanto isso,
Harold "Sonny" White trabalha em um laboratório do Centro Espacial
Johnson, da Nasa, para tornar as viagens interestelares possíveis. Com as
tecnologias atuais, atravessar a vasta distância entre as estrelas é dureza.
Veja, por exemplo, a espaçonave Voyager-1, lançada em 1977 e hoje o objeto mais
distante já enviado pelo homem ao espaço. Se fosse apontada na direção de Alfa
Centauri, o sistema estelar mais próximo, ela chegaria lá em cerca de 75 mil
anos.

A saída seria usar outro truque
da relatividade. Se, por um lado, há um limite máximo de velocidade, por outro
a teoria sugere que é possível "curvar" o espaço, compactando-o e
esticando-o conforme a necessidade.
Essa foi a premissa usada na
série de TV "Jornada nas Estrelas" para impulsionar a nave
Enterprise. Encurtando o espaço à frente da nave, pode-se viajar a uma
velocidade modesta e ainda assim, para um observador externo, ir mais rápido
que a luz.

Versão 2.0 - Harold White vem
trabalhando em cima do problema e descobriu que, mudando a configuração da
criação do campo de dobra, é possível obter o mesmo efeito com energia
equivalente à da massa da espaçonave Voyager-1, pouco mais de 700 kg. "As
descobertas mudam o status da pesquisa de impraticável para plausível e
meritória de mais investigação", diz White, que está montando um
experimento de laboratório para testar a ideia.
Usando lasers e uma bobina com
forma de anel, ele espera criar a primeira demonstração experimental de uma
dobra espacial, que tentará distorcer o espaço-tempo em escalas
submicroscópicas. Ainda é muito pouco para levar uma nave até Alfa Centauri,
mas seria ao menos uma prova de princípio.
Mesmo com a redução da energia
necessária (e vale dizer que 700 kg de
matéria convertida em energia equivale ao consumo anual dos EUA), ainda resta
um problema: as distorções para a dobra espacial exigem o que os físicos chamam
de densidade de energia negativa.
Para resolver isso, os físicos estão explorando soluções como manipular energia escura (a força de expansão acelerada do Universo, hoje pouco compreendida) e a possibilidade de que existam mais dimensões além das quatro que conhecemos. Há muito trabalho pela frente.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirMuito interessante, professor! Pena estarmos tão longe de uma realidade dessas. De um em um passo chegamos lá!
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